Ninecos


Aqui estou orgulhosa em meio à criação de minha adorável e talentosa sobrinha artista plástica Nina Moraes.
Trabalho que fez para a Coca Cola e que denominei de "Ninecos" !

NOSSA MÃE ZILAH



Somos três filhos maiores e com profissão artística, herdando de nossos pais o encantamento pela Música. Nossa mãe diz também ser artista, representando todos os papéis. Disto bem sabemos pois em nossas cenas de vida não prescindimos da participação dela embora sejamos independentes.
Professora aposentada, com pendores literários desde menina, estagnados pela viuvez que a combaliu em 1976, soube reerguer-se e hoje com 72 anos , voltando a compor, já conquistou 04 prêmios literários com seus poemas e sonetos, publicados em antologias. Isso por motivação da UNITI (Universidade para a Terceira Idade da URGS) que freqüenta desde 1999.
Nossa mãe é a maior fã que temos, dando-nos incentivo e apoio. Onde atuarmos lá estará ela , vibrando com seus artistas: o baterista, a cantora e a professora de música e coralista. Nela temos platéia atenta, acompanhando nossas apresentações de vida, sejam comédias ou dramas, com êxito ou não. No palco de nossa existência é protagonista maior, com desempenhos que nos orgulham. Voluntária na Paróquia São Francisco de Assis, há 13 anos, lá distribui os seus talentos.

Míriah, Deoclécio e Carla

Porto Alegre, 02 de maio de 2003.

MÃE

Há neste mundo tanta maravilha
cujo esplendor gigante logo brilha
e orgulha a Terra e ao homem enaltece;
há feitos portentosos, há obras seculares,
provocando ovações, extasiando os olhares,
deixando rastro que jamais se esquece.

Sucedem-se os heróis, gabam-se projetos
e na expressão milenar dos dialetos
erguem-se hinos, prêmios e louvores.
E a humanidade num clamor profundo
vai concedendo louros pelo mundo
cultuando novéis descobridores.

Mas igualando a sábios e doutores
porém sem ter da Ciência os resplendores
há alguém que arrebata todos os troféus:
uma alma vivendo muitas vidas,
um coração aberto em mil feridas,
um ser da Terra pertencente aos Céus.

Alguém com sentimento inigualável
trazendo em coração imensurável
doses infindas de renúncia e amor;
ser que emudece entre maiores dores,
ser que resume todos os amores,
anjo fiel, amigo e protetor.

Encontra forças na fraqueza extrema,
já é sadia embora sendo enferma
e milionária sem ter um vintém;
não conhece tropeços se caminha,
tem poderes supremos de adivinha,
sabe sofrer e lutar como ninguém.

É cordeiro e é fera, resguardando
o filho que na vida vem cuidando
o fruto que em seu ventre germinou;
conhece sacrifícios bem penosos,
seus olhos são vigias cautelosos
seus braços em muralhas transformou.

Nada almeja se tem o filho ao lado
e embora tudo lhe possa ser negado
aos golpes do destino vai seguindo.
È fortaleza que jamais sucumbe,
maravilhosa luz de claro lume,
coragem, fé, ardor, perdão infindo.

Desnecessário seria o nomeá-la
foi ou é o calor de sua fala
que nos tornou já prontos para a vida;
lembrando seu carinho e sua ternura
havemos de dizer: tão santa criatura
é nossa mãe, é nossa mãe querida!

1º lugar Concurso Nacional

Nelson Fachinelli "EFEMÉRIDES"

Casa do Poeta Rio-grandense -

Porto Alegre-Rs. - 2003

MINHA MÃE Zilah - Poema Carla Fernandes

Era idos de sessenta

estavas ocupada, debruçada

sobre as classes escolares

zelosa professora primária.

E eu brincando no quintal

te esperava no fim das tardes

na soleira da porta

jogando no ar as cinco marias.

Junto de ti nas salas de aula

na grande mesa de tuas escolas

lanchava a mais deliciosa canjica.

Como uma aluna tua

recebia teus gestos generosos,

tua voz melodiosa a ensinar

frases, sílabas, canções de vida .

Nos idos de setenta

a morte te golpeou

tirando teu parceiro e admirador;

choramos juntas por longos anos

e o sofrimento não foi em vão:

continuamos unidas

porque teu gesto de mestra

sempre permanece

acolhe, integra, eleva.

Manténs a mesa sempre posta

com canjicas e vinho para todos

De tuas lágrimas surgiram palavras

suaves, musicais e verdadeiras

que distribuis ao mundo

em forma de poemas.

Carla Gonçalves Fernandes

Porto Alegre, 1º de maio de 2003