1952 - Eu e minha irmã gêmea - Parque da Redenção Porto Alegre - RGS
MEU TEMPO

Sinto em mim como peso a muita idade,
longo tempo passado todo dia
com maior ou menor intensidade,
em momentos de dor ou de alegria.

Para os idos volvendo com saudade
busco rastros em minha travessia
por caminhos que fiz com humildade,
pela fé ao lutar sem covardia.

Cada filho, qual ave em liberdade,
vi buscar outro ninho então sentindo
que estar só veio a ser minha verdade.

Já idosa vivendo eu vou pedindo
ao bom Deus que me dá longevidade,
os meus dons com amor ir repartindo.

10 de setembro de 2005



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RIO DE JANEIRO E EU

Junto a ti, cá estou Rio de Janeiro,
e de novo contigo me encantando
nessas praias que luzem por inteiro
e nos sons de teu povo se alegrando.

Pelo céu tua vida se espalhando
qual coroa, te faz rei verdadeiro
com poderes sem fim contagiando
quem aporta em teu chão hospitaleiro.

Eu aqui novamente vou chegando
mas confesso, me sinto temerosa
de conflitos e males te rondando.

Tudo enfrentas, Cidade corajosa.
E por tantas belezas ostentando
és e sempre serás Maravilhosa!

Rio de Janeiro, 29 de outubro de 2007.

PRECE (Soneto premiado)

Graças meu Deus, pela existência minha
que considero o bem maior que tenho
podendo repartir e não reter sozinha
o que de Ti eu recebendo venho.

Graças oh! Pai, por Teu zelo bastante
encimando as ações de cada dia
com luminares sempre a cada instante
fortificando a fé, meu porto e guia.

O que tenho pra dar-Te agradecendo
os tantos benefícios concedidos
cada vez mais a mim favorecendo?

-Meus braços ao irmão ter estendidos
e na Tua grandeza ir percebendo
pequenez em meus idos e vividos!



Antonia


Andar com tal faceirice
N
os encantando, te digo
T
ua candura e meiguice
Onde vais levas contigo.
No lar tão bem protegida
Isso é teu seguro abrigo
Assim amada e querida!
maio de 2007

MASCARADOS ( Soneto premiado)

Por vezes mascarados nos tornando,
iludindo sem sombra de suspeita,
parecemos felizes ocultando
desventuras de vida insatisfeita.

Prantos em riso a fora disfarçando
todo pesar de mágoa não desfeita,
em máscara na face sepultando
cada lembrança sofrida que rejeita.

E assim nós prosseguimos deparando
com igual gente que vai escondendo
verdades que seu eu vem renegando.

Retiremos as máscaras tentando
agruras e aflições, já esquecendo,
em lampejos de fé ir transformando
!

ZENIA E ZILAH

Setenta e dois, os anos completados,
com irmã gêmea fui comemorar
e os idos, por nós duas palmilhados,
em comoção visível relembrar.

Por rumos a nós duas destinados,
com zelo nossos lares a formar
nós unimos intuitos e cuidados,
sem jamais nossos elos separar.

E hoje, neste encontro, é que saudosas,
infância e juventude renascidas
vêm despontar, sutis e nebulosas.

Assim após etapas já vencidas,
a velhice, sem horas temerosas,
a vivemos em Deus fortalecidas.

Fevereiro 2003.
ONDE MORA O AMOR (poesia premiada)

No bem que enobrece
de quem não esquece
do afeto espalhar,
o Amor tem guarida,
tem força, tem vida
a se eternizar.

Naquele extremado
que sacrificado
enjeita benesses,
Amor é sem medos,
levando segredos
a Deus entre preces.

No ser vacilante,
de alguém hesitante,
o Amor tem momento:
buscando confiança,
sonhada esperança
de renascimento.

Nos que sofredores,
ocultam mil dores
servindo ao irmão,
o Amor é certeiro
e assim verdadeiro
se faz perfeição.

São tantas moradas,
infindas pousadas
que o Amor pode ter.
Coração, no fundo,
o traga aninhado
pois clama este mundo
que o Amor seja amado!

Março 2003.

SONETO DA AUSÊNCIA
(para Deoclécio in memoriam)

Muito tempo de nós estás ausente
e aumenta sempre mais esta saudade;
em tudo te supomos tão presente
como se aqui estivesses de verdade.

Nossos filhos que amaste ternamente,
com exemplos de sã paternidade,
cada instante relembram gratamente
o que lhes deste de felicidade.

Hoje sentimos que desamparados,
de tua proteção necessitamos
para avante seguir fortificados.

E por todo desvelo recebido,
é a ti que nós sempre dedicamos
nosso empenho em lutar e ter vencido!
11 de agosto de 2002.

Nina (neta)

No desenho é criativa
Ilustrando com beleza,
No porte é imagem viva
A inspirar realeza.

Thamara (neta)

Tanta graça e sedução,
Há nessa menina moça
A despertar emoção.
Muito quer e já esboça
Ansias mil no coração:
Rumos, sonhos, charme, bossa
A vida em plena eclosão!

Miriah (filha)

Musical, otimista e carinhosa,
Irriquieta, com ares de menina,
Resoluta, dinâmica e vaidosa.
Incessante, procura embevecida,
Alcançar, por seus dotes, jubilosa,
Há muito mais pela Arte em sua vida!

Em 08 de maio de 2007.

Soneto Filhos

FILHOS Se pequeninos
aves implumes, quantos cuidados nos seus destinos! Filhos crescendo traçam jornadas, buscam caminhos. Vida escondendo seus escaninhos. Filhos adultos,
maioridade: rotas incertas, ânsias sem glória, redescobertas. Incompetências. Capacidades. Estranhos gritos de liberdades. Independentes, já nos escapam
do colo ameno. Rumam sem tempo, mundo é pequeno. E conformados
os apoiamos mas quantos sonhos nós soterramos...

Soneto Amar

AMAR Amar é crer num mundo diferente é pensar só no bem e na ventura; amar é rir, sonhar e ser descrente de dor maior que possa haver futura. Amar é ter o coração pungente com secretos desejos por tortura; desvelo em proteção sempre presente, esperança na vida que fulgura. Amar é suportar todas as dores; é sentir bem no peito, por inteiro, o palpitar de mágoas e temores. Amar é ter o lábio às vezes mudo e demonstrar o afeto verdadeiro num gesto ou num olhar que dizem tudo!

Soneto Quero Te

QUERO-TE Quero-Te amigo comigo no tempo certo, perto; em dias belos, singelos; nas ansiedades, necessidades. Quero-Te atento no lado a lado cada momento da precisão. Quero-te em tudo por meu escudo no caminhar. Peço certeza na indecisão e na fraqueza, sustentação. Imprescindível nos dias meus eu Te conclamo e aqui proclamo: meu personagem Amém é DEUS! Conceito A com louvor na Lyra de Bronze Porto Alegre 2002 Destaque no Concurso Intern. ALPÁS XXI Cruz Alta-RS- 2002

Soneto Abra a Porta Motorista

ABRA A PORTA MOTORISTA (poesia premiada) Abra a porta, motorista por favor, essa da frente, a velhice vem chegando para embarcar sorridente. Tem bagagem bem pesada em vivências e quimeras: prantos, risos, esperanças de passadas primaveras. Abra a porta, motorista pense em você mesmo entrando e na figura do velho seu futuro lhe espelhando.

Soneto Ode ao Mar

ODE AO MAR
Eu me emociono, ó Mar, ao contemplar-te ora calmo ou irado, és portentoso; Divino Engenho, imperecível Arte tornou-te assim esplêndido e formoso! Saltando qual acróbata sem jaça te precipitas sobre o solo em calma e extasiando o éter que te enlaça, em cascatas de luz, expões a alma. Para a entrega total, seguindo insano, engoles rios, lagoas abocanhas e ao chegar, triunfante, ao Oceano aloja-te a Mãe Terra nas entranhas... Maio 2003

Soneto Crenças

CRENÇAS Esta vida que passa em torvelinho nos incitando a emoções diversas, é como flores disfarçando espinho, vicejantes, ocultas e dispersas. Instantes bons em sucessão ditosa entrelaçados com padecimentos, em vivência talvez não desejosa, conhecemos em múltiplos momentos. E por ser trama que vai revelando surpresas mil e grandes descobertas, persistentes, seguimos perguntando: -Virão de Deus as predições já certas? E nisto mesmo crendo ou duvidando ir em busca de portas sempre abertas! Conceito A com louvor Lyra de Bronze P.Alegre- 2002 1° lugar Concurso Intern. Alpas XXI Cruz Alta- RS

Soneto Ao Rio de Janeiro

Zilah e o escritor Affonso Romano de Sant´anna em evento produzido pela minha filha Jornalista Miriah Fernandes "Diálogos sobre o Amor" - Psicanálise e Literatura, Livraria Argumento em Outubro de 2006 E nessas frequentes visitas aos filhos no Rio de Janeiro inspiro-me a criar novos sonetos...
AO RIO DE JANEIRO Volto aqui neste Rio de Janeiro e de novo encantada, contemplando seus recantos, artístico viveiro, com belezas infindas ostentando. Vejo um Rio Maravilha, sobranceiro, com o Cristo no alto o resguardando do perigo que ronda traiçoeiro e seus dias de paz vai transformando. Tão diverso é seu povo e verdadeiro esse amor que por tudo vai mostrando e ao lutar, só coragem por inteiro. Eu aplaudo esse Rio sempre brilhando: - pelo mar, nesse céu, azul luzeiro, que reflexos de Deus vai espalhando! Rio de Janeiro em 19 de outubro de 2006.